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País de tolos?
Triste a verdade, a realidade e, ao mesmo, a sensação de impotência que paira sobre as nossas cabeças e que se confunde com a incompetência daqueles a quem delegamos os rumos do nosso país. Dentro de três meses, eu vou completar 64 anos de vida e isso é bom. Pelo menos, já pavimentei uma estrada bem asfaltada pelos caminhos por onde andei e se deixei alguns buracos, eu sei, é quase impossível para todos nós preenchermos alguns vazios que ficam pelas estradas da vida. Eu ainda tenho planos para a minha vida, principalmente daqui a pouco mais de seis anos, quando completarei 70. Pretendo experimentar a vida FORA do Brasil,…
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Tributo à Socorro
Sempre achei que me saia melhor escrevendo do que falando, mesmo porque, hoje, me faltam as palavras. Em novembro de 1978, vésperas de completar 19 anos de vida, conheci a Socorro. Foi admiração à primeira vista. Esposa dedicada, mãe extremada, cozinheira de mão cheia, cunhada, amiga, confidente, conselheira e dona de uma gargalhada inconfundível, que nos fazia mais felizes, mesmo que não houvessem razões para sorrir. Assim ela era, é e sempre será: a imagem que guardarei, para sempre, no meu olhar. Eu não consigo chorar, mesmo com os olhos cheios de lágrimas e o nariz que insiste em escorrer meu sentimento contido. Não sei mais a quem pedir Socorro,…
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O tempo!
Ah, o tempo… Às vezes, sentimos vontade de voltar o tempo, mas as vezes sentimos o tempo passar… O tempo nos ensina, nos machuca e nos usa, porém jamais podemos cobra-lo dele voltar! Eu queria ser superior ao tempo, mas, Senhor, que és o impiedoso tempo, só faz a nós lembrar. Um dia, ainda com tempo, vou reservar um tempo para ver, ouvir e pensar: “O que seria de nós se não aprendêssemos a amar?”
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Encontros e Desencontros
No aguardo de ti me encontro Desde o primeiro que tivemos A sensação de partida antes da chegada De te fazer feliz, plena e amada. E então nossos corpos se uniram Uma descarga de adrenalina imensa Uma atmosfera inebriante e tensa A despedida de sonhos que ruíram. Te amei, te amo e te amaria Não me arrependo e de novo tudo faria Todas as loucuras um dia serão recordação. Sentirei seu perfume, fecharemos a porta Nós nos pertencemos, é isso que me importa Não é teu corpo minha morada; é seu coração.
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Apenas um sopro
Tantos tentaram, mas nunca conseguiram, definir a vida Alguns a comparam a uma estrada Cujo destino não importa; só o trajeto Outros acreditam na reencarnação; então vivemos num loop de tempo Eu não sei se estamos num caminho sem fim. Tento viver sem me arrepender do que faço Talvez a vida seja como a chama de uma vela Cujo tamanho nunca saberemos Até que o deus da vida deixe uma janela aberta Não por descuido, apenas que entre um pouco de luz. E então, num simples sopro divino, a chama se apagará ao invés da escuridão, finalmente, chegamos ao destino Com apenas um sopro.
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Anacrônico
Dizem, por aí, que os homens não mandam mais flores e que as mulheres dispensam favores e portas abertas. Dizem, por aí, que a gentileza já saiu de moda porque o que o mundo roda rápido demais sem tempo para os detalhes. Palavras foram reduzidas e tudo simplificou apenas um oi… Acabou.
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Sem sentido
Visão, tato, olfato, paladar e audição Cincos sentidos acrescidos de uma percepção Que identificam, seja para o bem ou mal Se existe, entre duas almas, uma conexão. É preciso querer se permitir Viver todos os sentidos com intensidade E no outro descobrir, a verdade Escondida dentro de si. Somos bilhões de seres errantes Em busca de um sentido para viver Buscamos no outro afeto, prazer E esquecemos de nós Sem nos perguntar o que queremos Sem nos olharmos, sem nos ouvirmos Sem nos tocarmos ou sentir o gosto Nem cheiros, nem nada, nem nunca Vivemos, sem sentido.
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Querer é poder
Não podeis da Pátria filhos,Ver contente a mãe Brasil;Nos roubaram a liberdadeNosso norte, nossa sorteNosso povo, sempre servil. Já raiou a atrocidade,No império da maldade,Prosperou a mediocridadeRetrato do triste Brasil. Brava gente brasileira!Tenha amor a sua bandeira!Ou ficar a Pátria livre,Ou morrer pelo Brasil;Ou ficar a Pátria livre,Ou morrer pelo Brasil. Os vendilhões de nossa PátriaNos forjavam com bravatasDa perfídia astuto ardil…Não há mão mais poderosaQue insurja contra a mordaçaQue do povo do Brasil! Brava gente brasileira!Tenha amor a sua bandeira!Ou ficar a Pátria livre,Ou morrer pelo Brasil;Ou ficar a Pátria livre,Ou morrer pelo Brasil.
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O TEMPO
O tempo, esse agente inexorável, segue em frente e deixa para trás todas as nossa memórias, pegadas e rastros que vão sendo apagados pela ação dele, o tempo…. A saudade é uma constante; as lembranças, também. De vez em quando, me pego voltando ao passado e aos momentos. Os bons.
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Gentileza gera gentileza; não gera indiferença!
A sociedade, de tempos em tempos, muda seus parâmetros de comportamento, seus valores e atitudes. É uma constante essa renovação de costumes. O poder da mídia e sua expansão é imenso, quase exponencial, para explicar esse fenômeno. O advento da tecnologia e o uso massivo das redes sociais explicam o alcance incontrolável de falsas notícias, por exemplo, também conhecidas por “fake news“, também para provar que a globalização veio para ficar. A minha adolescência foi vivida na década de 70 e minha fase adulta começou nos anos 80. O telefone celular deu as caras por aqui, em Terras Brasílis, no início da década de 90 e o Facebook no início…
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Voltei…
Ainda que timidamente, como se estivesse reaprendendo a andar ou exercitar mentes e mãos, voltei a sentir vontade de escrever. Tenho andado distante dos textos, talvez por conta do contexto contemporâneo que enxergo vazio de ideias e cheio de intolerâncias. Muitas vezes me sinto no meio de um deserto de nadas. É tudo tão “eu”, que sinto falta do “nós”. O “eu” e a tela do celular; no café da manhã, no almoço e no jantar. Olhos vidrados na tela brilhante, sem tempo para conversar com alguém de verdade, que reaja, argumente e exerça o direito ao contraditório, sem medo de ser “bloqueado” por ter sido contrariado. A geração do…
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O Pequeno Príncipe (crônica)
A história do Pequeno Príncipe nos remete à dimensão das relações humanas. No nosso dia a dia, cativamos e somos muitas vezes cativados. Dessa forma é importante manter nossos laços afetivos com atenção e zelo ampliando os rastros de luz em nossas vidas e nas vidas de tantos quantos passarem por nós. Quem és tu? – Perguntou o principezinho. Tu és bem bonita! Sou uma raposa – Ela respondeu. Príncipe: vem brincar comigo. Estou triste. Raposa: eu não posso brincar contigo! Não me cativaram ainda. Príncipe: ah! desculpe-me. O que quer dizer “cativar”? Raposa: tu não és daqui . Que procuras? Príncipe: procuro amigos. Que quer dizer “cativar”? Raposa: é uma…