Sempre achei que me saia melhor escrevendo do que falando, mesmo porque, hoje, me faltam as palavras. Em novembro de 1978, vésperas de completar 19 anos de vida, conheci a Socorro. Foi admiração à primeira vista.
Esposa dedicada, mãe extremada, cozinheira de mão cheia, cunhada, amiga, confidente, conselheira e dona de uma gargalhada inconfundível, que nos fazia mais felizes, mesmo que não houvessem razões para sorrir. Assim ela era, é e sempre será: a imagem que guardarei, para sempre, no meu olhar.
Eu não consigo chorar, mesmo com os olhos cheios de lágrimas e o nariz que insiste em escorrer meu sentimento contido. Não sei mais a quem pedir Socorro, porque ela não está mais aqui.
Depois que seu Gomes partiu, com todo o respeito, eu a chamava de “minha namorada”. Não era um amor carnal, porque o nosso amor transcendia a definição da palavra AMOR. Era um amor puro, idílico, tenro e delicado. Eu me sentia preenchido com o seu abraço, todas as vezes que nos víamos, e quando ela dizia, sorrindo, “Ah, Herval” e, ato contínuo, soltava um enorme gargalhada, que inundava a sala, cozinha e toda a casa. Eu ria junto a ela e todos riam em volta de nós.
Agora, finalmente, consigo chorar.
Obrigado, Socorro, descanse em paz, minha amiga, cunhada e eterna “namorada”
Socorro é a primeira, da esquerda para a direita…
Do seu amigo,
“Ah, Herval”.
Muito obrigado por expressar lindas palavras, pai. A tia Socorro com certeza está feliz com o amor que o senhor sente por ela.