Gentileza gera gentileza; não gera indiferença!

A sociedade, de tempos em tempos, muda seus parâmetros de comportamento, seus valores e atitudes. É uma constante essa renovação de costumes. O poder da mídia e sua expansão é imenso, quase exponencial, para explicar esse fenômeno. O advento da tecnologia e o uso massivo das redes sociais explicam o alcance incontrolável de falsas notícias, por exemplo, também conhecidas por “fake news“, também para provar que a globalização veio para ficar. A minha adolescência foi vivida na década de 70 e minha fase adulta começou nos anos 80. O telefone celular deu as caras por aqui, em Terras Brasílis, no início da década de 90 e o Facebook no início da década de 2000. Daí por diante, as mudanças foram intensas e vertiginosas – termo também na moda, atualmente.

Mas por que eu resolvi falar de gentileza? Para mim é simples, mas parece que não. Tenho a impressão de que a gentileza agoniza nos tempos atuais ou nowadays, porque, convenhamos, é mais chique falar na língua de William Shakespeare. Alguns vão implicar comigo se eu disser que talvez seja porque eu moro em Curitiba. Em parte, concordo. O povo daqui é educado, mas não é muito de fazer gentilezas. Faz parte da cultura, I think so. Contudo, é público e notório, que estamos substituindo a boa convivência e os gestos de empatia pela pressa em “chegar a lugar nenhum“, pela intolerância dos “senhores da razão” e pela miopia em achar que seremos eternamente jovens e por isso “para que ter paciência com os mais velhos“? Os velhos que se explodam!

Heráclito, conhecido como “o obscuro”, foi um pensador e filósofo pré-socrático considerado o “Pai da Dialética”. O filósofo baseava suas ideias na lei fundamental da natureza, de modo que, segundo ele, “Tudo flui” e “Nada é permanente, exceto a mudança”.

Com os passar dos anos, todos nós nos transformamos em “saudosistas”. De uma forma ou de outra tendemos a acreditar que, “no nosso tempo“, tudo era melhor. Nem tudo era melhor no passado do que hoje em dia; eu admito. A evolução na área da medicina é um ótimo exemplo. Hoje em dia, não existem mais “idosos com 50 ou 60 anos“, principalmente se eles moram em grandes cidades ou em médias cidades desenvolvidas. O que regrediu, ao meu ver, foi a gentileza. Termos como “muito obrigado“, “com licença“, “por favor” ou um simples “me desculpe” ficaram anacrônicos de uma hora para outra. Eu insisto em manter-me imune a esses modismos e continuo tentando ser gentil. Confesso que está ficando cada dia mais difícil. Não digo em me manter gentil, mas que as pessoas compreendam o que significa isso! Outro dia, por exemplo, fui ajudar uma garota que estava com um objeto pesado e ela apenas me disse: “Não precisa, eu mesmo carrego“. Eu acho que entendi, logo depois, porque ela recusou. Acredito que pensou que eu a estava assediando ou o cavalheirismo deu lugar a misandria….

E assim caminha a humanidade….Forçando passagens no trânsito, não cedendo lugares para idosos, deficientes e gestantes nos transportes públicos, buzinando estridentemente em frente a hospitais e esquecendo de agradecer a quem nos faz uma gentileza com a inocente desfaçatez de quem não tem argumentos para explicar sua falta de educação:

Ele não fez mais que a sua obrigação“….

0 thoughts on “Gentileza gera gentileza; não gera indiferença!”

  1. Bravo!!! Que voltem os bons tempos! Tempos de boas escritas e, consequentemente, das ótimas leituras… Tempos de trocas saudáveis de informações e formação de amizades igualmente saudáveis. É sempre um prazer te ler, meu amigo, e sentir orgulho de ser desse bom tempo! Bravo! Bravo!

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