Corrida de bigas (*) (crônica)

Afinal de contas, será que alguém pode me dizer por que é que o baiano dirige tão mal? 

Antes que me esculachem e depois me pendurem de cabeça para baixo num pelourinho, vou logo dizendo que sou baiano e ainda por cima nascido em Salvador. Contudo, não sou cego e ignorante ao ponto de achar certo andar como uma lesma pela esquerda, um louco kamikaze pela direita ou um alfaiate pelo meio, costurando os carros na pista como se fossem um “ponto cego” – desses que usamos para costurar bainha de uma calça, ou seja, para a direita e depois para a esquerda. 

Minha carteira de habilitação foi tirada em Salvador, há mais de 30 anos e, só agora – depois de ter ido morar em outras plagas, faz 12 anos, que entendo o que um amigo queria me dizer com a frase: Quem dirige em Salvador pode dirigir em qualquer lugar do mundo. Aliás, como diria “Acarajette Love”, famosa cantora de Axé Music do Casseta & Planeta, dirigir em qualquer lugar do mundo só não: Qualquer lugar da Bahia! 

 

(*) Disputada no hipódromo, as corridas de bigas transcenderam em popularidade os Jogos Olímpicos com o Império Romano. O hipódromo de Olímpio era gigante e podia abrigar até 60 bigas correndo ao mesmo tempo. Com os romanos, a modalidade seguiu após os fins dos Jogos e chegou a ter conotações de Fórmula 1 da antiguidade, com equipes estruturadas, patrocinadores e pilotos requisitados. A modalidade virou clássica no filme épico “Ben-Hur”, de 1959.  

hervalfilho

2 comentários em “Corrida de bigas (*) (crônica)

  1. hauhauhaa mais pura das verdades!! Sei disso por que também sou da Bahia e de Salvador. Infelizmente o baiano fez um pacto pela mediocridade e insiste em fazer tudo mal feito. Pelo menos ainda somos alegres e receptivos..

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